26 de julho de 2012

Unhas postiças pra quem não levou porrada

A ansiedade é uma das grandes enfermidades do século XXI, um dos males da pós-modernidade. Em alguns casos trata-se de um estado comportamental oriundo de uma circunstância muito específica, mas na maioria das vezes nada mais é do que o resultado de uma rotina cada vez mais imediatista, competitiva, exigente e estressante. Dependendo do grau, ela pode ter origens biológicas, neurológicas e ser considerada realmente uma doença. Para ambos os casos existe tratamento: antidepressivos, ansiolíticos, psicoterapias, musiquinhas bolivianas e sons de cachoeira etc. 

Bob Marley é um dos maiores expoentes de métodos ansiolíticos

Claro, tudo isso se você não tiver sido filho da minha mãe. Pois, neste caso, todas estas características convergem em uma frase apenas: isso é falta de porrada

Mas sabe-se lá por quê, apesar de todas as lições, comecei a roer as unhas aos dez anos e nunca mais parei. O ato de roer as unhas - clinicamente chamado de onicofagia - é uma das principais características de pessoas ansiosas. Ao menos posso me autodeclarar uma pessoa definitivamente moderna até mesmo nos males crônicos, pois poderia parecer da tísica, mas cresci ansiosa. 

Agregando minha modernidade à tradicional criação da mamãe, para inibir o hábito e acabar com a aparência tão desagradável das unhas, resolvi mudar: decidi fazer as aplicações da tal de unha acrigel! Mas os preços não são muito convidativos, além do fato de a duração não compensar, sobretudo considerando o valor da manutenção, que deve ser feita periodicamente. A alternativa seriam as unhas postiças. 

Mas unhas postiças, além de serem muito extravagantes, vivem caindo. 


Alcione e suas unhas

Certo? 

Pois é, não necessariamente.

Conversando com uma manicure da Fing'rs, descobri uma infinidade de unhinhas discretas com formatos diversificados, adaptáveis a cada mão (eu, que só conhecia aquelas unhas que vêm em saquinhos e custam em média um real, achei uma grande novidade, rs) e, mais do que isso, uma cola que realmente não deixa a sua mão na mão: tem uma durabilidade satisfatória, que chega até a uma semana, permitindo que possamos lavar os cabelos, a louça etc. 

Isso quebra pra-ca-ram-ba o galho, além de praticamente acabar saindo mais barato do que um serviço de manicure para aquelas que levaram porrada suficiente, digo, para quem não rói unhas e tal. 

A caixa com 24 unhas da Fing'rs custa em média R$12, e a cola, da mesma marca, que rende dezenas de aplicações, fica em torno dos R$7. 

Eis uma foto de minhas linhas mãos com as unhas roídas.



Para aplicar as postiças, fiz rapidamente as cutículas, escolhi cada unha que melhor se ajustasse às minhas, cortei e lixei tudo direitinho. 


Comprei três esmaltes para comemorar, mas acabei escolhendo o vermelho Melancia, da Colorama. 

Depois de ajustadas as unhas, coloquei um pinguinho de cola em cada e pressionei uns dez segundos, até que ficassem grudadas por completo. 


E, pra finalizar, o esmalte, passado normalmente. 



Escolhi um tamanho curtinho pra dar naturalidade. A cobertura não ficou tão boa, mas o problema não é do produto e sim da (falta de) coordenação que me assola. 

Pra você, que não levou laço na vida, solução boa, bonita e mais barata que uma caixinha de Rivotril, hein?

24 de maio de 2012

Coluna no Lola Cultural: olha lá!

Quem está ligado em produtos para cabelo certamente já ouviu falar na Bed Head, uma marca inglesa de creminhos, xampus e afins que, além da qualidade, se destaca pelo estilo moderno de suas embalagens, pelo cheirinho maravilhoso que deixa no cabelo e também – talvez principalmente – por representar um produto praticamente inacessível, quase um sonho de consumo para a maioria das pessoas, devido ao altíssimo preço.



Hoje recebi um email da Dandara, que trabalha na parte das mídias sociais da marca Lola Cosmetics, me convidando para escrever na coluna Lola Cultural. Bem, mas o que a Lola Cosmetics tem a ver com a Bed Head? É que os produtos da Lola têm embalagens divertidas, modernas, que por vezes remetem às da marca inglesa, e a reputação da Lola – marca brasileiríssima – é das melhores.

Quem quiser dar um confere na coluna, é só clicar aqui. Lá eu falo sobre a importância da moda no dia a dia, minha relação com a moda e, é claro, sobre o Brasil Fashion Pobre.

Lá no site você também pode ver onde há os produtos para venda e escolher a linha que seja mais adequada aos seus cabelos.



E, é claro, nada melhor do que dar preferência a uma marca brasileira, incentivando a produção nacional de produtos de qualidade!

4 de abril de 2012

Moda Mercatto!

Semana passada o Brasil Fashion Pobre completou dois anos de existência, é muito amor! Nesse entrementes, com altos e baixos, acho que é possível dizer que o balanço é positivo, afinal, estamos aqui firmes e fortes. E vai aqui um muito obrigada às leitoras amigas! Brigada, gentem!

Aliás, aproveitando o momento de agradecimento e de reflexão, eu estava pensando em algumas repercussões que ele gerou ao longo desse tempo, principalmente por causa do subtítulo: "A moda do pobre brasileiro". Já vieram perguntar o porquê de eu não postar aqui o estilo ném, ou de eu não dar ênfase à moda piriguete, já que se trata da moda do pobre brasileiro. Na verdade a intenção do blog nunca foi criar estereótipos para "o pobre", e sim mostrar algumas opções de roupas e objetos que possam ser alternativas interessantes e com preços decentes para pessoas pobres como eu. E a palavra pobre usada não no sentido pejorativo, nem vitimizador: apenas representando pessoas que trabalham à beça, precisam pagar suas contas e não vão despender metade do seu salário em uma roupa, visto que, com bom-senso, paciência e criatividade, é possível se vestir de forma confortável e compatível com seu estilo sem se escravizar por nada nem comprometer o orçamento. Era isso, rs.

Aproveitando o embalo, hoje vou falar de uma marca que conquistou meu coração há pouco tempo: a Mercatto. A Mercatto é o tipo de loja que capta as tendências que estão rolando, mas ao mesmo tempo não fica completamente presa a elas (muito embora em cada coleção haja estampas e peças muito próprias, as lojas sempre apresentam peças básicas de bom gosto), oferece tamanhos democráticos para o padrão brasileiro, tem cortes maravilhosos que valorizam o corpo, é uma marca consolidada com quase vinte anos de mercado e com lojas em todo o Brasil e, apesar de tudo isso, tem preços muito honestos e compatíveis com o material ofertado. Ninguém se sente culpado por pagar uma fortuna por um pedaço de pano porque lá um pedaço de pano tem um preço justo. Que assim continue sendo!

Para comprovar as características elencadas acima, vou mostrar algumas aquisições minhas da Mercatto.

Esta foto é um vestido da nova coleção. Vejam como o corte favorece a cintura e disfarça o excesso de peso. As mangas bufantes dão um ar elegante, o que possibilita o seu uso em ocasiões formais.



Vestido Mercatto R$42,90
Melissa UltraWedge (genérica) R$39,90
Bolsa Metropolitan Museum of Art (presente da Mari)
Colar do Saara R$1,99

Na formalidade mais estilo escritório, comprei anteontem esta pantalona maravilhosa. Nesta foto coloquei a calça sobreposta à camisa, mas fica ótima por baixo também, fazendo o cós baixo. A cabeça cortada ficou por conta do automático da câmera e das caixas de leite que não deram conta do recado.



Calça Mercatto R$49,90
Camisa Mercatto R$25,90
Bolsa Marisa R$59,90
Sapato (não aparece, mas era a Melissa UltraGirl, presente de uma amiga)
Colar que mamãe trouxe da Bahia

Saindo da formalidade, a regatinha verde é ótima para um dia quente. Na composição, com a bermuda com corte de alfaiataria, chapéu e chinelos, cabe muito bem em um passeio por esta cidade mais linda. Mas tanto a bermuda de alfaiataria (que na verdade era uma calça bag, de skatista, dos meus idos tempos, que mamãe reformou) como a regata também compõem ótimos looks para o trabalho.



Calça: mamãe que fez
Regata Mercatto R$19,90
Havaianas do Guga
Chapéu de um camelô na Feira do Blvd. Edgar Quinet 5
Colar da Feira de São Cristóvão R$8

E, para finalizar, uma das peças-chave, carros-chefes de coleção. Um vestido da coleção do ano passado, que tem uma abertura ótima nas costas, um corte muito bom, mas que infelizmente a estampa vulgarizou e todo mundo vivia se esbarrando pelas ruas como par de jarra.



Vestido Mercatto (não lembro o preço, acho que R$39,90)
Melissa Trupe + Alexandre Hercovitch R$70

A Mercatto é uma dessas marcas que comprovam que não é necessário muito para compor looks bacanas, que lojas de shopping não precisam ser abusivas pela mera justificativa de serem de shoppinge que não é preciso ser uma modelo pra comprar roupas da tendência. Uma verdadeira compatibilidade com os valores do Brasil Fashion Pobre.

Agora, depois desse merchan todo, eu bem que merecia um brinde, né verdade?

13 de março de 2012

Sem roupa pro casamento - um look rock and roll

Dia desses foi o casamento de uma amiga queridíssima, a Natália (pausa para comentar o casamento, um loosho que só, com comidinhas maravilhosas, decoração de bom gosto, companhias melhor ainda e um ar-condicionado divino que revigorou os convidados daquele calor do capiroto que fazia em São Gonçalo). A festa era esperada há bastante tempo por diversos motivos: da minha parte sobretudo pelo fato de sermos amigas desde a época da escola – a saudosa ETEAB – e ser particularmente emocionante ver uma amiga crescer, e por se tratar do primeiro casamento de uma pessoa importante desde que eu voltei para o Rio.

Como eu já havia dito aqui uma vez, o problema é que me falta paciência para essas firulas de arrumações festivas, e, quanto menos trabalho der o visual, melhor. Para não repetir a roupa do recente casamento ao qual eu havia ido, ligeiramente assolada pelo medo de ser marcada nos álbuns alheios do Facebook com o mesmo vestido em dois eventos distintos e sem dinheiro pra comprar outra roupa, o negócio foi ver o que tinha em casa mesmo: uma blusa pretinha de algodão com pedrinhas pretas e brilhantes, comprada na Liquidação a Preço de Banana por menos de R$10, e uma calça social preta. Tudo muito básico e apropriado.



Eis que então ocorreu o erro no qual ninguém nunca deve cair: a roupa, que estava pensada há semanas, só foi ser realmente provada na hora da arrumação para a festa. Ou seja, não foi provada, foi vestida mesmo. Foi aí que percebi que a blusa, comprada na grande liquidação da Marisa, possuía o número 48, e não havia linha, fitinha de cetim, alfinete ou outro método que disfarçasse o seu tamanho desproporcional, pois o tecido ficava todo marcado e com aquela cara de cambalacho. O comércio na rua estava fechado, e à minha frente o que se abria era um abismo jamais imaginado antes: eu não morava mais na casa da mamãe para pegar as roupas dela.

Assim a ideia foi criar mais um improviso, desses que a gente disfarça pra dizer que quis fazer daquele jeito mesmo. A solução surgiu a partir da composição de um look rock and roll: um vestido preto básico com a saia evasê, que (dizem) disfarça as gordurinhas e tem um ar meio 50’s; uma bolsa pequena preta com detalhes em HQ, nada apropriada para um casamento, e um mary jane preto. Maquiagem carregada e cabelos presos para cima. E o Guga, que só tinha providenciado um terno, ficou de calça jeans, All Star de couro e camisa dos Beatles. Tudo muito rock and roll e com aquele ar de transgressão.




Look completo, com os clássicos óculos do Saara.


A ideia de compor um look em casal sugere um conjunto, uma unidade no estilo. Isso, no caso do improviso ou não, deve fortalecer o argumento de que se trata de uma atitude deliberada; trata-se de imprimir a sua marca natural e cotidiana em um formato que se diz padrão: é criar uma transgressão intencional às regras estabelecidas (de querer quebrar os paradigmas em um casamento ou qualquer evento formal). Isso não significa que estando sozinho não seja possível criar um look e mostrar bastante atitude. Em um outro casamento, cheio de pompa e ostentação, vi uma moça com um vestido indiano e cabelos soltos partidos ao meio. Como não a conhecia, não sei se ela passara por semelhante perrengue e tentou dar aquela disfarçada ou se ela de fato quis fazer a diferença e marcou sua personalidade com estilo, sem perder a elegância. E ficou ótimo! Também me lembrei da Renata, leitora deste blog, que não curte o estilo urbano e mais se identifica com o esquema prenda de CTG. Tudo é uma questão de adaptação, se possível sem perder o bom-senso.

31 de janeiro de 2012

Loosho & Poder na Citycol



Existe um conjunto de itens consagrados como presentes que ninguém mais quer ganhar, tais como cuecas, lenços e meias; para além destes, há também aquelas roupas cuja procedência vem acompanhada sempre de um tom chistoso pela pessoa que vem a ganhá-la: "Ialá, presente da Sai de Baixo!!!". Do contrário às reclamações da maioria das pessoas, o desagrado neste caso é maior pela falta de criatividade no repertório escolhido pelo presenteador do que pela loja de fato. É ver pra crer: quem opta por uma loja de apelo popular quase sempre acredita que nela só é possível encontrar short de tactel, legging florida, e blusa com paetês e buracos no meio. O problema, na maioria dos casos, está na falta de paciência e de criatividade de quem adentra esses estabelecimentos.


Uma dessas lojas é a Citycol, presente em quase todos os calçadões da cidade. Como eu havia feito a comparação no post sobre a Sul Center Fashion, em Porto Alegre , a Citycol geralmente é pequena, porém numerosa e tão popular quanto a outra loja. Mesmo sendo eventualmente citada como loja de baixa qualidade, possui uma diversidade considerável em estilo e variedade nos preços (praticamente todos baixos). Garimpando bem, que mal tem?




Para se comprovar o sucesso da loja, cito um fato: em São Cristovão há um largo muito conhecido, chamado Pedro Lobianco. Fica no meio de duas avenidas de grande movimentação - a São Luís Gonzaga e a do Exército. Além disso, o largo serve de passagem para o estádio do Vasco, a Feira de São Cristovão, o largo da Cancela, o Colégio Pedro II e a Linha Amarela, o que de certa forma autoriza a existência de um diversificado e farto comércio. Mas se você perguntar a alguém onde se encontra o tal do largo Pedro Lobianco, ninguém saberá indicar. Simplesmente porque ele é conhecido como o larguinho da Citycol, loja existente dentre inúmeras outras por ali.

Há um tempo eu estava querendo comprar um vestido desses cuja parte de baixo é de uma cor, e a de cima, de outra, sugerindo a combinação de vestido+blusa. Mais ou menos como a combinação clássica das eternas litras consagradas pela Coco Chanel:





Os preços no entanto me desanimavam, e eu acabava não investindo no item. Passeando pela Citycol na tarde de hoje, eis que me deparo com um vestido muito simpático e com o valor mais simpático ainda: custando menos do que a metade do valor de vestidos em lojas, digamos, convencionais, este saiu pela belíssima bagatela de R$19,90. A combinação que fiz com um colar verde, sandália e bolsa vermelhas fugiu um pouco da sobriedade sugerida pelo p&b do vestido.





E, falando em listras, estas não saem nunca da tendência justamente pela sua versatilidade e pelo ar sofisticado. Com boas composições, é possível fazer desde um look básico até um mais chique.





E foi também lá na querida lojinha que encontrei uma variedade infinda de regatas listradas por atraentes R$7,99. Confesso que, com este jeans que vesti para a foto, achei a combinação muito simplória e não gostei muito, mas imaginando esta mesma blusa com outros componentes certamente sai coisa melhor. A calça é da Renner, e o sapato é uma Melissa Ultra Gareth Pugh.





E, por fim, outra tendência escondida nas ararinhas. Estampas floridas e frescas têm sido resgatadas nos últimos tempos, e o short-saia, que me parecia ausente desde os áureos tempos de infância, também.




Adotadas até mesmo por celebridades lindas e escovadas, no mundo real o short-saia também é possível (bem menos glamouroso, rs). Neste calor do capiroto, além de sugerir um frescor pela estampa, a saia (R$14,90), junto com um oxford básico (este, da DiSantinni, R$19,90) também cria um ar romântico.





E com menos de uma oncinha, três itens novos no armário e ótimas possibilidades de combinação. Tá vendo? Quero ver agora quem é que vai fazer cara feia com as etiquetas da Citycol.