18 de dezembro de 2011

A versatilidade como uma necessidade

Muito se fala na importância da versatilidade no dia a dia, em diversos âmbitos da vida: os profissionais cada vez mais precisam se mostrar versáteis em seus trabalhos; as crianças e suas multifunções já nascem com uma tendência hiperversátil e hiperativa; as mulheres, sobretudo, precisam lidar com muita versatilidade no cotidiano e ainda terminar o dia com aquele sorriso bonito típico de quem cuida da carreira e é mãe e gere a casa e é cônjuge e cuida da aparência e está tudo bem etc. Como a moda imita a vida (livre adaptação), não seria diferente: estilo e praticidade andam quase sempre juntos, e peças versáteis são queridas pela simplicidade, por atenderem ao nome de coringa e serem facilmente adaptáveis. Exemplos clássicos são a calça jeans, a regata branca e o vestidinho preto, que, junto a acessórios bem-escolhidos, compõem visuais desde os mais simples até os mais sofisticados.


Audrey Hepburn com um pretinho básico numa composição muito luxuosa e atemporal; imaginem este mesmo vestidinho sendo usado com colares compridos artesanais, sem as luvas, sandália sem salto e cabelos soltos?

O mais curioso de tudo é que encontrar a tal da versatilidade, no entanto, às vezes acontece mais por uma questão de necessidade do que pela vontade propriamente dita. Faz pouco menos de um mês que eu me mudei - na verdade voltei - para o Rio de Janeiro. Sem residência fixa (hospedada na casa da madrinha, na casa do pai...), andando sempre com um kit de itens essenciais e aquela mudinha de roupinhas, aprender a lidar com a limitação é uma obrigação. Um exercício. Um dia desses, percebendo o meu rodízio de roupas, cujo ciclo de repetição não era
muito distante entre a primeira e a última peça, a minha madrinha me ofereceu um vestido emprestado. Qual não foi a minha surpresa ao observar como aquela peça poderia se transformar em outras!


Sendo o vestido um compridão de malha azul-marinho, saí no primeiro dia com a versão, digamos, original, e a composição básica: o vestido, um colar e uma bolsa colorida.



Colar da Renner (presente da minha irmã)
Bolsa de banana (Babilônia Feira Hype): R$50
Melissa UltraGirl Amazonista: R$90
Vestido da madrinha (emprestado e de procedência desconhecida)

Saias longas sempre foram símbolo de muita elegância, mas nos últimos tempos se tornaram moda e caíram no gosto do povo. Mas no caso de não se ter uma saia longa em casa, o vestido longo surge como uma ótima opção de improviso e uma peça nova.

Aqui, já que optei por uma faixa no cabelo e não coloquei um colar grande para não carregar nas informações. Uma blusa vermelha, longuinha (para alongar a silhueta que já está meio abarrotada, rs), combina com a faixa e dá um pouco de cor, contrastante com a sobriedade do vestido, digo, da saia. A bolsa e a sandália pretas entram como figurantes e devem passar discretamente.

Blusa da Renner: R$19,90
Colar do Cristo Redentor (Feira da Lavradio): R$10
Faixinha de cabelo (presente da minha irmã loura, a Giovana)
Melissa Aranha Quadrada (presente do Guga pela aprovação no mestrado)
Anel (hippie da Praça da Alfândega, Porto Alegre): R$10

Nos últimos tempos surgiu uma nova expressão para a saia longuete (aquela que nem é a compridona mas também não fica no joelho, e sim a uma altura intermediária): saia mimolet. Ainda não usei o vestido-saia desse jeito, mas o tão maravilhoso e referenciado site de street wear RioEtc dá boas dicas de saias mimolet e de combinações com elas. Subindo o cós mais um pouco, acredito que seja possível também fazer do vestido uma mimolet.

E quando eu achava que já havia utilizado todas as possibilidades, a minha própria madrinha contou que ela mesma gostava de utilizar o vestido de uma outra maneira: fazer dele um vestido curtinho. Prendendo a parte do meio com um cintinho, com uma sandália rasteira de couro, ele fica mais acinturado e despojado.


Então o negócio é repensar a famosa frase "não tenho roupa" e tentar multiplicar suas peças aí, pois além de praticar a humildade também exercita a criatividade. Em quaisquer dificuldades para isso, passar um tempo com uma mudinha de roupas também é uma boa opção: fica a dica, hehehe.

28 de novembro de 2011

Um sonho pra quem sonhar em Madureira!

O bairro de Madureira possui um papel de destaque na história da cultura popular brasileira. Berço de escolas de samba como Império Serrano e Portela (e a Tradição que é filha da Portela e fica ali no Campinho, é quaaaaase Madureira), ficou famosa na voz de célebres intérpretes como Paulinho da Viola, Zeca Pagodinho, Roberto Ribeiro, João Nogueira (e seu filho), além de também ter o famoso e antigo baile black sob o Viaduto Negrão de Lima que atrai diversos apreciadores do gênero.

No entanto, para além da vida e da história cultural no bairro, Madureira é um microuniverso do consumo. Não importa o interesse principal do consumidor: se o objetivo for mobiliar a casa, renovar o guarda-roupa, abastecer a loja ou a despensa de casa, passear, fazer um lanche, garimpar roupinhas espertas, procurar por instrumentos musicais... realmente não importa. Madureira de fato é uma opção perfeita para ótimas compras.

Jegging: a jeans misturada com legging; muito conforto por apenas R$4,00 no varejo

No meu primeiro final de semana no Rio de Janeiro, é claro que o roteiro Fashion Pobre da vez foi dar um confere neste bairro que tanto me traz boas recordações. Na manhã deste último sábado, peguei uma kombi boladona, desci na Estação de Madureira e fui caminhando muito contente até o Mercadão:


O Mercadão de Madureira é considerado o maior mercado de compras populares do Brasil. Inaugurado no começo do século passado, sua atração inicial eram apenas os produtos agrícolas, tendo ele expandindo os seus negócios algumas décadas depois. Atualmente são vendidos lá animais de pequeno porte, roupas de diversas procedências, artigos para o lar, objetos para atacado, produtos de beleza, alimentos, instrumentos religiosos, tudo com preços muito, muito atrativos.


Loja de bebidas finas

Salão de beleza concorridíssimo

Parte central do Mercadão

Também seria possível afirmar que o polo gastronômico de Madureira é farto e diversificado. Após percorrer a extensa rota de consumo, renovar as energias é muito importante, e se o preço for igualmente camarada e o cardápio rico, melhor ainda.

Quem já ouviu falar na famosa salsicha bock, a salsicha que tem o sabor da Alemanha, e não ficou com vontade de viajar até o país do Goethe para sentir o tal sabor da salsicha? Pois é, não precisa ir tão longe: é só pegar uma kombi, um ônibus ou um trem e descer em Madureira! É claro que você pode desfrutar das inúmeras opções de joelhos com caldo de cana e dos demais salgados acompanhados de refrescos ou guaraná natural, mas lá, além de ser oferecida a kafta, o típico prato árabe, e o queijo coalho, iguaria proveniente do Nordeste brasileiro, é possível encontrar a preços módicos o famoso salsichão, cujo sabor equivale ao da salsicha bock e, por oferecer as opções de farofa e molhos diversificados e banir aquela mostarda ingrata que anula o paladar - e todos os outros sentidos - de um ser humano, é de grande valia.



Para acompanhar, um suco de fruta pura, bem geladão, que repõe as energias e dá um frescor para o resto da caminhada:


Ao ir embora, consegui comprar uma saia de estampa liberty por R$10 e uma camiseta preta com mangas rendadas, dessas que a gente certamente pode usar em uma ocasião formal, pelo mesmo preço. O look fica para uma próxima. Existem ainda incontáveis facetas a serem desbravadas em Madureira. Pra fechar um post sobre Madureira, só usando Arlindo Cruz mesmo: tem mil coisas pra a gente dizer, o difícil é saber terminar, Madureira, lá, laiá.

16 de agosto de 2011

Compras espertas de inverno

O inverno teve seu início em junho e podemos dizer que seu auge mais ingrato foi no mês passado, com alguns revivals de ingratidão ainda agora e ocorrência de neve de vez em quando.

Muito embora aqui na região sul seja mais possível de perceber do que em outros estados esse contraste climático entre as estações, lojas como a Leader Magazine puseram à venda casacos inimagináveis de serem usados no inverno fluminense. Ou seja, independentemente da inviabilidade atmosférica, os nossos estilistas provam que nada impede que se caia uma nevasca em Bangu, por exemplo, e que em qualquer lugar do Brasil seja possível usufruir da mesma moda que no Québec.




Que legal, isso quer dizer que é hora de sair às compras! Fazer compras no auge do inverno significa renovar o estoque de casacos, certo? ERRADO! Significa renovar o estoque de roupas para o verão, afinal é agora que todas as regatinhas e shorts e vestidinhos das coleções passadas estão na terceira ou quarta remarcação, e os descontos, imperdíveis. A hora de renovar o estoque de casacos e blusões de lã é mais ou menos quando a temperatura atingir os 45oC (pois agora em Bangu, no auge do inverno, os termômetros marcam uns 37oC ou 38oC).

Um achado espetacular foi das lojas C&A. Este macacão de algodão, que estava quase no terceiro dígito, foi remarcado para R$9,90. Perfeito para os dias quentes, é um verdadeiro coringa: rosinha-claro, combina com desde sandálias de couro até Melissas coloridas, acessórios de artesanato e outras bijuterias. Uma peça bacana para ir ao trabalho, por exemplo, ficando fresquinha e sem parecer de um todo derrotada com o calorão.





Macacão da C&A R$9,90
Melissa Ultra R$90
Bolsa da Marisa R$59,90
Colar da Renner R$10
Tapetinho do banheiro R$1,99

(Gente, fica aqui registrado um muitíssimo obrigado à minha mãe, que comprou pra mim o macacão em um momento em que nem dez reais eu tinha na conta! Mãe, te amo!)

O outro achado foi super primaveril: uma saia florida e esteticamente alegre da lojas Marisa, que, por conter em suas flores uma paleta diversa de cores, combina com várias regatas, além de poder ser usada inclusive nas meias-estações, com meias-calças e cardigans jogados por cima. Todos sóbrios, lógico, pra o look não ficar muito circense. Essa combinação que fiz foi pensando justamente nisso - na meia-estação -, mas não paro de pensar em como ficaria linda com um chinelinho e uma regata leve, num passeio sob o sol da Lavradio!



A saia estava com um desconto de 50%, e o preço original não chegava à nota da oncinha, mas quem resiste a uma oferta boa, bonita e barata, de dezenove e noventa?

Saia florida da Marisa R$19,90
Regata da Riachuelo R$19,90
Cardigan da Marisa R$19,90
Meia-calça fio 40 da Lupo R$9,90
Melissa Severine R$70
Bolsa da Taco R$39,90
Colar da Feirinha da Lavradio R$10

É importante que não se caia nas armadilhas das compras inúteis pelo impulso dos preços baixos, cujas ciladas já tínhamos comentado aqui. E certamente tal prática estimula não somente a economia e a criatividade (além de ser bem divertido!), mas a paciência também, afinal de contas, esperar por meses para usar uma roupa nova exige a calma de um monge tibetano. Mas confesso: que vontade de voltar correndo pra Bangu!

9 de fevereiro de 2011

Varal de calcinhas

Gente!

Voltei!

O Brasil Fashion Pobre não morreu, não, meu povo! Passou por exatos quatro meses de abstinência, uma espécie de coma, num período de sumiço que se justificou por uma oscilação que ia desde a total falta de tempo até a mesma completa falta de saco. Peço desculpas às que pensaram que ele não voltaria do estado vegetativo, mas, como o show tem que continuar (lalaiá lalaiá laiá...), cá estou!

Então vamos ao que viemos.

Pois é, eis que o ano começa (se é que dá pra considerar que 2011 ainda esteja no começo, mas vá lá...), e tudo neste mundo entra em um estado divino de liquidação. A diferença no movimento em lojas entre as vésperas de Natal e Ano-Novo e os dias que os sucedem é algo impressionante, e não entendo como ainda há quem lote os shoppings e outros estabelecimentos comerciais naqueles dias. Quer dizer, ninguém nunca pensou que TUDO fica mais barato depois? Quem não vive na dependência da última coleção e tem paciência de fazer uma garimpada consegue grandes ofertas agora neste período. Além de haver menos filas, menos disputas para tudo...

A de hoje - a oferta mais fresquinha, comprei tudo hoje mesmo - foi um chamado que recebi quando estava passando pelo Centro de Canoas; sabe-se lá por que resolvi descer do ônibus pra caminhar pelo calçadão. Neste calçadão, que, segundo meu ex-cunhado, mais se assemelha ao Centro de Nova Iguaçu, há uma Marisa dedicada somente para lingeries, e eis que lá havia um arsenal com a maior variedade de calcinhas ao módico valor de CINCO E NOVENTA!





Não resisti e fiz, como dizem os gaúchos, meu rancho. Já que a Mari fez as comprinhas de roupas-brancas na Victoria's Secret em Nova York, eu, que nem Madureira tô podendo mais, fui de Calçadão de Canoas mesmo. Mas fiz bem: montei um varalzinho aqui no quintal com as calcinhas mais fofas:



Pra vocês terem uma ideia, há calcinhas para todos os gostos e todas as ocasiões. Detalhe para a preta rendada, que vem com aquele trocinho de elástico que a gente põe na perna (gentemmmmm), aquela que mais parece um shortinho e para a estilo bunda-rica, que mais comprei por me remeter à época da infância, em que usávamos aquelas calcinhas com um espaço enorme para a fralda, disfarçado com fru-frus. O resto bem basicão mesmo.




Mas é isso aí. Feliz 2011 pra todo mundo etc e tal. Coloquem novamente o Brasil Fashion Pobre em seus favoritos que daqui não saio, daqui ninguém me tira!