3 de outubro de 2010

Brechós virtuais são o maior barato!

Há uns dois anos a minha irmã, Anna Kovsky, resolveu criar um brechó itinerante com uma amiga. Pegaram as roupas velhas que tinham em casa, criaram um blog e divulgaram na rede que todos os domingos estariam em um ponto diferente da cidade vendendo, comprando e trocando vestimentas, sapatos e acessórios. Qual não foi a surpresa das duas quando, no primeiro dia, com tudo já posto em um gramadinho sob a árvore de um parque, apareceu um fiscal da Secretaria Municipal da Indústria e do Comércio e quase confiscou tudo.

Aí passou um tempo, as roupas velhas continuaram aqui em casa, a amiga se mudou e então minha irmã descobriu que existia um mundo paralelo e maravilhoso dos brechós: os brechós virtuais.

O esquema dos brechós virtuais é básico: a pessoa tem um perfil em alguma rede social, divulga ali o que possui, o que gostaria de adquirir e coloca detalhes em relação à sua negociação – se está disponível para trocas, qual tipo de envio prefere etc. Olha só o perfil do Cerejeira Brechó:

No caso específico da Anna, ela negocia tudo pelo orkut e pelo MSN com pessoas de todo o Brasil e além disso participa dos encontros de brechozeiras de Porto Alegre, que acontecem toda semana no Mercado Público. Lá todo mundo leva a sua sacola cheia de produtos, e a sala dedicada ao encontro torna-se um verdadeiro feirão. Semana passada eu fui dar um confere, e vi que a coisa é bem séria:



Muita gente ali leva a atividade a sério. Segundo a Anna, uma grande dedicação pode gerar até R$200 de lucro por dia em brechós fixos (como na foto acima) ou por mês em um virtual. Não é o caso dela, que encontrou no brechó apenas uma forma de se livrar das roupas inutilizadas em casa e renovar seu guarda-roupa de forma ou gratuita ou muito barata. Geralmente uma blusa custa de R$3 a R$5; um vestido, R$10, assim como bolsas, óculos. “É como se fosse um escambo, a gente pode negociar sem precisar de dinheiro, e isso é legal porque não fomenta o capitalismo. E depois que eu comecei a negociar com os brechós, aprendi a valorizar muito mais as roupas, saber quanto cada uma custa, o preço que elas merecem.”


A gente fofocando na entrada do Mercado Público (e eu com a minha sacolinha).

É claro que para conseguir boas peças é necessário garimpar bastante (tanto pela internet quanto nos encontros). Encontram-se muitas coisas velhas demais, em péssimo estado, mas os brechós são verdadeiros tesouros. Como disse uma brechozeira no encontro, o que é feio pra você sempre vai ser bonito pra alguém. Então já sabe: aquela sandália da Wanessa Camargo que você usava aos dez anos, aquelas roupas cafonas que a sua sogra lhe dá e diz que são a sua cara, as meias de presente de aniversário e Natal já têm um destino. E o legal é que, nesse passa e repassa, você quase nunca sai com as mãos vazias!

Pra quem não acredita na eficiência desse mundo, seguem alguns looks das melhores aquisições feitas por ela.

Short de cintura alta (trocado por uma bolsa, mas que custava R$8 no Bazar da Jujuba) + regata da Renner (trocada por duas pulseiras, mas que custava R$5 no Goldem Trocas e Vendas) + bolsinha de motivo hindu (R$5 no D’Antiquités Brechós e Sebos de Palmeira das Missões-RS) + sapato (R$5, em um brechó beneficente em Canoas):

Vestido (comprado por R$5 no Coisas de Brechó) + bolsa ecológica (trocado por uma blusa no Brechó Segredo):

Saia (trocada por uma legging arrastão, mas custava R$10 no Tetelestar) + Corpete (novo, de uma marca famosa, trocado por dois vestidos, que custava R$40 no O TAL BRECHÓ, de Ribeirão Preto-SP):


Vestido (trocado por dois DVDs no D’Antiquités, mas o vestido pertencia ao Brechó Morena Poa):

Vestido/ blusa (Bárbara Shopping, R$5) + bolsa (R$15, no Brechó Chez Moi):

Ou seja, com uma média de R$30, é possível montar um look COMPLETO e ainda se livrar daquelas peças pouco queridas!

8 comentários:

  1. brechó é uma coisa maravilhosa, mas eu sou suspeita pra falar rs
    a foto do corpete é feia, mas ok.

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  2. “É como se fosse um escambo, a gente pode negociar sem precisar de dinheiro, e isso é legal porque não fomenta o capitalismo. E depois que eu comecei a negociar com os brechós, aprendi a valorizar muito mais as roupas, saber quanto cada uma custa, o preço que elas merecem.”

    Vote Anna para presidente.

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  3. A foto do corpete é LINDA!

    Minha irmã é linda, gentchy, votem nela: é a moda socialista! rs

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  4. votei legal no vestido florido de cinco reais hein anna rsrs. e ainda tem uma parte positiva do brechó, se você encontra alguém de mais ou menos bom gosto, ela faz uma triagem natural das coisas que você tem preguiça de procurar na imensidão de opções do shopping. sério, sou partidária da falta de opção qualitativa.

    quanto ao conceito kovskiano de moda socialista, às vezes dá vontade de ensinar o povo a fazer contas. claro que existe uma relação entre preço de compra - tempo de uso - preço de venda. mas tem gente que alopra legal. já encontrei um vestido que comprei por 39,90 sendo vendido por 40+frete usado... acho que 60% do preço de compra para coisas extremamente conservadas tá de bom tamanho. de qualquer forma acho que a possibilidade de escambo é sempre válida.

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  5. Eu amo esse mundo "Brecholândia" heheh Amei o post... Muito legalll!!!!! Tinha que ser irmã da Ana hehe Além de tudo, os brechós são legais pra gente fazer amizades como eu fiz com a Ana!!!
    Parabénssssssssss
    Bjãooooooo

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  6. Tenho taaanta coisa esquecida no guarda roupa que estou pensando seriamente em fazer um brechózinho tbm! ó, tenho uma amiga com um bem legal..os preços não são tããão baixos qnto desses que vc indicou, mas tem algumas coisas bem legais que valem a pena, dá uma olhada lá http://swapsuamoda.blogspot.com/

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  7. amo brechó. já encontrei cada coisa. Tem um na pavuna (oh pobreza!!!!!!!)que eu sempre vou. Já comprei bolsa da uncle k por 20, calça cantão, equatore, folic, por 10, melissa esmeralda raríssima por 3. Eu não dou mais nada (até porque não ganho nada). boto pra vender no mercado livre. bjs e adoro seu blog

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  8. Olá, vc vem seguidamente a POA? Adoro brechós, até escrevi um artigo sobre isso aqui: http://www.anda.jor.br/19/12/2011/consumo-ecologico-de-segunda-mao
    gostei do blog, entremos em contato. Abraços.

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